Quando se fica três, quatro jogos sem marcar, primeiro vem a ansiedade. Depois vem a cobrança. Tem de ter muita calma e tranquilidade para sair da má fase. Ir à igreja ou tomar um banho de sal grosso, porque a gente sabe que tem muito olho gordo por aí"
- Ele não joga sempre como titular e começa as partidas no banco de reservas. Então temos de dar um desconto. Todo grande artilheiro passa por uma fase ruim – disse Túlio Maravilha.O próprio Túlio, autor de 929 gols, de acordo com as contas do atacante, já passou por momentos ruins ao longo da carreira. O pior, segundo ele, em 1990, quando defendia o Goiás e ficou dois meses sem marcar. O artilheiro de 41 anos, atualmente no Botafogo-DF, dá receitas bastante inusitadas para os atacantes colocarem a pontaria em dia.- Quando se fica três, quatro jogos sem marcar, primeiro vem a ansiedade. Depois vem a cobrança da comissão técnica, dos companheiros, dos torcedores e da imprensa. Tem de ter muita clama e tranquilidade para sair da má fase. Ir à igreja ou tomar um banho de sal grosso, porque a gente sabe que tem muito olho gordo por aí.
Urucubaca para dar e vender
Pelos frieza dos números, não se pode dizer que Washington esteja fazendo um mau Campeonato Brasileiro. Além de jogar pelo Fluminense, líder da competição, o atacante já marcou dez gols. Na prática, entretanto, a situação é um pouco diferente. O Coração Valente não balança as redes há 14 partidas. A cada oportunidade desperdiçada – e foram várias – os tricolores não conseguem entender aonde foi parar o jogador tantas vezes artilheiro de diversas competições, incluindo o Campeonato Brasileiro em duas oportunidades (2004 e 2008). O próprio Washington reconhece que, quanto mais o gol demorar a sair, mas difícil será marcar.
- A fase é meio diferente, estranha. A ansiedade atrapalha. É claro que incomoda. É complicado, é difícil. Mas graças a Deus o time está bem e não está sentindo falta dos meus gols – disse nesta semana em entrevista ao programa ‘Bem, Amigos!’, do SporTV, acrescentando que, nos treinos, tem conseguido colocar a bola na rede.
Além dele, vários outros atravessam ou atravessaram marés de azar. O Flamengo é o caso de maior destaque. Após atormentar os adversários com o ‘Império do Amor’ no primeiro semestre, o ataque rubro-negro parou no Campeonato Brasileiro. Chegou à impressionante marca de dez partidas sem marcar gols. Val Baiano, por exemplo, demorou 11 jogos com a camisa rubro-negra para balançar as redes. Diogo, contratado a peso de ouro, teve de esperar 12, até anotar seu único gol pelo clube, no jogo contra o Corinthians, pela 32ª rodada. O jogador, aliás, tem o mesmo número de gols que o goleiro Bruno, que fez apenas sete jogos na competição, antes de ser preso acusado do desaparecimento de Eliza Samúdio.
Meias assumem a responsabilidade
Com a má fase dos atacantes, os jogadores de meio-campo assumiram a responsabilidade de marcar gols. Em quase metade dos times do Brasileirão – oito dos 20 – os meias lideram a artilharia de suas respectivas equipes. Elias (Atlético-GO), Paulo Baier (Atlético-PR), Geraldo (Ceará), Bruno César (Corinthians), Montillo (Cruzeiro), Petkovic (Flamengo), Conca (Fluminense) e Fernandão (São Paulo) são os jogadores que mais marcaram por suas equipes.
O outro lado da moeda
Mas não é só de má fase e gols perdidos que vive o Brasileirão. Tem muito atacante fazendo bonito (confira a tabela acima). O principal deles é Jonas. Com 21 gols, o jogador do Grêmio também tem a melhor média entre os atletas que completaram dez jogos: 0,67 gol por partida. Entregue ao departamento médico do Fluminense durante a maior parte do campeonato, Emerson é o único a superar o gremista, com uma média de 0,77. No entanto, o Sheik entrou em campo somente em nove oportunidades e não entrou no levantamento.
Fonte: globoesporte.com